segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Patrick Stump: Seguindo seu próprio caminho solo.

Patrick Stump: Seguindo seu próprio caminho solo.


Entrevista exclusiva com o vocalista do Fall Out Boy sobre seu novo disco, turnê de outono, e ignorar as expectativas.

O ex-vocalista do Fall Out Boy, Patrick Stump, chegou à fama após sua banda percorrer o mundo e vender centenas de milhares de discos. Stump se encontra agora na estrada promovendo sua música solo, produzida por si mesmo, uma mistura contagiante de R&B pop e groovy de rádio que está bem longe do pop punk que o tornou um nome familiar. Atualmente em turnê com Panic! At The Disco, Stump reconhece que muitos fãs esperam dele. No entanto, ele está mais do que confortável sendo apenas o emotivo multi-instrumentista que não havia mostrado até agora.

Como está indo a sua turnê com o Panic! At The Disco?
P: Incrível. Este é o dia 3 e está sendo demais.

Você tem uma longa história com o Panic!, vocês ainda são bons amigos?
P: Sim, não costumo vê-los tanto então é legal. Eu basicamente os vejo sempre que estamos em turnê juntos, e essa é a minha terceira turnê com eles. Também foi incrível, porque Foxy Shazam é demais também. É uma turnê muito confortável.

Como as pessoas reagem às músicas?
P: É estranho. Muitos fãs do Panic sabem quem eu sou. Eu caminho no palco e eles estão animados porque é o cara do Fall Out Boy. Aí eu não toco músicas do Fall Out Boy e eles ficam chateados. Então no meio, eles ficam tipo "isso é legal" (risos). Estou conquistando as pessoas, é divertido. Eu gosto de tocar música. Só estou aqui para tocar música. E é bom ter que fazer isso.

Existe algo em seu show ao vivo que você não poderia fazer com o Fall Out Boy?
P: Shows de rock, não de uma forma ruim, são menos construídos em torno de tocar. Trata-se de ficar de cara com a platéia e dar o seu melhor, detonar. Isso, eu sinto que é um show musical. Trata-se se interagir com os músicos. É uma coisa individual, mas não sinto que é solo. Me sinto como parte de um grupo. É um show muito divertido de fazer.

Como foi o processo de escrita de seu novo álbum, Soul Punk?
P: Demorou um tempo para decidir onde eu estava indo com isso e quais canções eu colocaria nele. Passei muito tempo nele liricamente. Eu tinha um monte de coisas que eu sabia que ia estar fazendo o tempo todo. Eu tinha um monte de música e um monte de idéias o tempo todo. Há um grande ponto de interrogação, tipo "O que eu vou ser". Há uma série de aspectos para mim mesmo e um álbum não vai comprimir tudo de mim. Foi fácil quando cheguei no estúdio. Passei um mês fazendo isso. Até então era um monte de suposições.

Qual é a sua música favorita do seu álbum?
P: Cada dia tenho uma diferente. Se eu fizer as coisas direito, espero que todas elas sejam minhas favoritas, eventualmente, (risos).

Como foi começar a tocar todos os instrumentos no disco?
P: Eu amo bateria, é meu lar. Eu estava falando com alguém sobre como somos artistas solo. Quando eles pensam "cantor de banda de rock virando solo", você pensa no cantor com um violão, mas isso não é confortável para mim. Talvez algum dia eu possa encontrar algo fascinante sobre o violão, mas isso não é confortável. Pra mim, baterias são confortáveis.

Foi um desafio escrever letras após colaborar com (baixista/letrista do Fall Out Boy) Pete Wentz durante tanto tempo?
P: Sim. Descobri que isso mudou muito as minhas letras. Depois de escrever com ele, minhas letras começaram a soar como ele. Eu diria: "Bem, isso é algo que o Pete faria melhor do que eu". Fiz um monte de coisas que poderiam ter sido ele. Ao fazer isso, eu meio que voltei e encontrei um monte de influências antigas como folk music, onde as coisas são mais histórias ou coisas de personagens. Essa foi a parte mais difícil de escrever e gravar o disco - Encontrar a voz.

Alguma canção de Soul Punk pode pegar seus ouvintes desprevenidos?
P: Eu acho que muitas pessoas presumem que o disco é muito diferente. É difícil dizer. Não posso imaginar uma canção como "Greed" estando num disco pop de uma grande gravadora.

Você estaria fazendo discos solo mesmo se o Fall Out Boy ainda estivesse junto?
P: Ah, sim. Não de uma maneira ruim. É meio difícil. Muita coisa que eu disse sobre esse assunto acabou ficando fora do contexto. Fall Out Boy satisfaz meu desejo de estar no Fall Out Boy. Esta música que estou fazendo agora, não posso fazer no Fall Out Boy ou fazer algo que me satisfaça da mesma maneira. Fall Out Boy coça a coceira do Fall Out Boy, e não a coceira do Patrick Stump músico/compositor. Não posso tocar bateria ou escrever letras ou tocar trompete ou sintetizadores. Não posso cantar histórias, ou fazer muitas coisas que são muito "eu".

Como aconteceu sua colaboração com a banda indie de Boston, Transit?
P: Eu estava procurando pessoas para abrir minha primeira corrida de shows em abril, e um monte de moradores de Boston me sugeriram Transit. E eu fiquei tipo "Caramba, gosto muito dessa banda, mas não faria sentido com o que estou fazendo" (risos). Eu disse, "Eu gosto muito de vocês mas, não acho que faríamos sentido num projeto juntos", e eles se sentiram da mesma forma. Disse pra eles me informarem caso quisessem trabalhar comigo, e eles me contataram. Gosto do disco deles. Eles são caras legais.

O que seria uma turnê dos sonhos para você?
P: Tem as turnês que você gostaria porque gosta de todas as bandas, e tem as turnês onde você tem que pensar "será que vai dar certo?" (risos). Eu quero muito fazer uma turnê apropriada com a Janelle Monaé. Fizemos uma pequena abertura para Bruno Mars e foi incrível. Eu adoraria fazer uma turnê com o Bruno novamente. Foi legal porque a banda da Janelle e a minha banda são todos músicos muito bons. Foi realmente emocionante ter as bandas se assistindo e aprendendo uma da outra.

Houve alguma vaia da platéia pedindo por músicas do Fall Out Boy?
P: Até o momento não. Tenho que permanecer fiel ao que eu estava pensando em fazer. Seria desrespeitoso com o Fall Out Boy e seu público. Se é isso que estou tentando fazer, eu deveria estar em turnê com o Fall Out Boy. Não estou tentando verder mais camisetas do Fall Out Boy, ou mesmo camisetas do Patrick Stump, eu só quero tocar música.

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